Conheça a história da fundação do município de Cururupu, cidade mais importante de sua região

MARINELTON CRUZ (BLOG PATRIMÔNIO TRADICIONAL) – Constam algumas versões e dados históricos sobre as origens da povoação das terras que hoje compreendem a região do município de Cururupu. Isto por que no passado remoto a historiografia oficial dispunha de poucos meios comprobatórios para confirmar relatos. por essa razão colocaremos para apreciação as vertentes existentes nos anais.

O primitivo território do Município de Cururupu pertenceu a dois herdeiros das famílias de Felipe Pedro Borges e João Antônio Borges Lisboa que dividiram ao Máximo as terras por meio de vendas com receio que o  Governo as requeresse de volta a imensa sesmaria que se estendia desde a ponta do Sassoitá no Município de Guimarães até  as margens do rio Turiaçu.

O distrito foi criado por meio de uma divisão territorial por força de lei provincial em 1835 dividindo a Vila de São José do Município de Guimarães em três freguesias, umas delas, deu origem ao território de Cururupu.

“O § 3º do artigo 5º da lei provincial nº 13 de 8 de Maio de 1835, o qual dividiu o termo da Vila de São José de Guimarães em três Freguesias” ( MARQUES ).

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A história da povoação do Município remonta o passado primeiramente com uma população nativa primitiva descoberta nos primórdios da colonização ocidental no Brasil, consta que foram os portugueses que primeiro deram conta da existência de um povo de hábitos primitivos habitando as terras que foram destinadas para ser colonizadas para fins da implantação de uma civilização expansionista oriunda do continente Europeu com destino para o Maranhão. Os portugueses aportaram na região ocidental do atual estado do Maranhão, pela primeira vez, em 1531. Em 1534, foi dividido o território da colônia em capitanias hereditárias.

A região que compreende a cidade de Cururupu foi doada a João de Barros. Juntamente com ele, os donatários das quatro capitanias mais ocidentais da colônia tentaram, por meio de uma expedição marítima sem sucesso, colonizar as terras que lhes foram destinadas, estes, na tentativa Naufragaram.

Os portugueses encontraram muitas dificuldades em promover a colonização, o fato possibilitou as ações que favoreceram aos franceses, que em 1612 lançaram a pedra fundamental do que deveria ser a França Equinocial, no território do estado do Maranhão. No entanto, mais tarde vieram a fracassar e  foram expulsos pelos portugueses reorganizados em 1615. De acordo com Meireles (1980 in Santos 2006), a relação dos franceses com os Tupinambá teria sido mais amistosa que as dos portugueses. 

Os Portugueses, após expulsarem os franceses, travaram promoveram o maior genocídio da história do Maranhão. No inicio do seculo XVII, os Governos de Jerônimo de Albuquerque e Bento Maciel Parente, promoveram lutas permanentes contra os Tupinambas que habitavam a costa maranhense culminando com a quase total extinção dos indígenas.

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Em 1618 os portugueses finalmente obtêm vitória. Não se tem notícias da fundação do povoamento que deu origem a Cururupu. Lopes (1957in Santos 2006) nos fornece uma pista em sua História de Alcântara. Afirma que os municípios da capitania da Tapuitapera tiveram seus primeiros focos de povoamento em aldeias Tupinambá. O desenvolvimento de aglomerações urbanas ao redor da sede da capitania, a vila de Alcântara, fez com que a Igreja promovesse a divisão administrativa do território em várias paróquias. Sua justificativa era possibilitar um melhor atendimento aos fiéis.

Em 1758, desmembra-se a paróquia de São José do Guimarães da capitania. Tapuitapera (Alcântara). De acordo com o pesquisador nativo Manoel Goulart, ( Santos 2006) foi em 1785 que os lavradores de Cururupu pediram permissão ao vigário para erigir a primeira igreja da localidade.

A freguesia permaneceu até 1841, quando começou uma acirrada luta pela manutenção original das terras de Cururupu o desenvolvimento desta batalha, que durou vinte anos, levou inclusive o território de Cururupu à pertencer a Município de Turiaçu.

A lei provincial nº 120 ao criar a Vila determinou uma porção territorial para fins de constituição da vila, muito menor do que a que constituía a Freguesia. Na localidade da Vila que anteriormente representava a penas o centro administrativo da Freguesia, pela demarcação territorial determinada pela lei nº 120, deixava  uma porção territorial, justamente a que pertencia aos locais das fazendas onde era gerada a produção apenas como vizinhos, inclusive os que doaram as terras para a constituição da cidade ou centro administrativo e comercial. Os vizinhos que haviam construído suas relações naquele centro onde havia porto, depósitos de suas produções e mercadorias, contestaram de imediato a definição determinada na lei da província do Maranhão de nº 120.

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“ deu ao termo a mais extravagante divisão a qual tem sido por vezes alterada, sendo a que atualmente existe a pior, alem de ser constatável, porque uns entendem por um lado outros por outro, traz considerável prejuízos a vizinhança da vila, que tendo nela todas as relações comerciais e de amizade, pertencendo a freguesia, não pertencendo ao Município” (MARQUES 1870).

Nota-se pelo texto de MARQUES que a criação da Vila implicou numa divisão territorial que gerou conflito de interesses de cunho político e econômico na região.

“ Este termo tem estado em continuo movimento a respeito de seus limites; nesta freqüente mudança tem predominado, o capricho , o interesse particular e o desgraçado espírito de partido, que sempre faz escurecer o direito e o bem publico”(MARQUES 1870)

O texto de MARQUES demonstra haver um interesse particular que talvez dominasse os motivos políticos na região. Vejamos o que diz a respeito do comportamento das assembleias provinciais.

“ Se as assembleias Provinciais curassem dos seus deveres para o bem publico, cessariam com estas continuadas e repetidas mudanças, mormente quando elas são aconselhadas  muitas vezes pelo interesse de um só individuo, ou para dar importância política a uma localidade com prejuízo de outra”

Em  7 de setembro de 1833  procederam –se nas imediações do porto de são João, hoje local da cidade de Guimarães, quando foi publicado o código do processo criminal, da câmara de Guimarães, dividindo o seu município em distritos, e que designou o 3º distrito para ser o que foi o distrito de Cururupu, deu-se origem aos  primeiros movimentos das batalhas políticas e jurídicas, que originaram o desenvolvimento do processo político e econômico de emancipação do município de Cururupu.

Em 1861 a lei nº 590 devolveu para a vila de Cururupu o antigo território definido em 1835.  

AS ENTRADAS

“Presume-se que a primeira incursão na região tenham ocorrido entre 1612 e 1614, pelas expedições de reconhecimento sob o comando do Sr. De La Ravardiere, em seguida os registros históricos dão conta das entradas de Bento Maciel Parente 47 anos após em 1661 que tinha como finalidade a implantação da estrada ligando São Luis a Belém, via Bragança e alto Caité.

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O povoamento de Cururupu tornou-se possível a partir das entradas de Bento Maciel que expulsou os Índios aldeados na região das margens do rio Cabelo de velha. Depois dos conflitos entre  o governo da Província do Maranhão com os índios Tupinambás, o que culminou com a derrota dos gentios na região das posses dos primeiros donatários de   Cururupu.  Os fazendeiros de Guimarães expandiram suas posses: implantaram fazendas, moinhos de engenhos e a produção agrícola se desenvolveu, com a força da mão de obra escrava, oriundas  das regiões do Daomé e Costa do Ouro.

CABELO DE VELHO

A região chamava-se, então, nome que os portugueses davam ao cacique Tupinambá, Juruaru, pai de Cururu. Em 1835, o Terceiro Distrito de Cabelo de Velha tornou-se independente de São Jose de Guimarães, assumindo o nome de São João Batista do Cururupu. 

Percebe-se pela Historiografia do município que nas entradas de Bento Maciel parente na região este se deparou com um chefe indígena denominado por ele ou por sua tropa de “Cabelo de Velha” ao que parece esta denominação se deu por causa dos longos cabelos brancos do cacique e ainda com em grande tom de preconceito, por que não cabelo de Velho e sim cabelo de velha, parece que apenas as mulheres brancas  usavam os cabelos longos naquela época dominada pelos rudes portugueses que reinavam no maranhão por meio da força e das armas.

“Permaneceu como 3° distrito  Cabelo de Velha, subordinada administrativamente a Guimarães,até 1835 quando tornou-se freguesia de acordo com a lei provincial n° 13., sob a invocação de São João Batista.  A vila de Cururupu foi criada através da lei municipal n° 120 de 03 de outubro de 1841, quando foi oficialmente desmembrada do município de Guimarães” (MARQUES 1870).

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Cururupu recebeu este nome, segundo alguns historiadores, devido a uma lenda indígena. Diz-se que durante a colonização do lugar, em meados do século XVII, portugueses em confronto com índios Tupinambás que habitavam o Litoral ocidental teriam matado com um tiro, o cacique Cururu. Para anunciar o acontecido, os índios teriam dito: Cururu Pu, indicando o som emitido pela arma dos portugueses. Daí o nome Cururupu. Cururu. na língua indígena tupinambá significa: “sapo grande”.

Na língua portuguesa diz-se: o sapo coaxa (canta). Na língua indígena diz-se: o cururu pu. Sendo assim, Cururupu significa “sapo grande cantando ou cantiga de sapo grande”. Há ainda quem diga que a real origem do nome é devido à existência de uma fazenda chamada Cururupu, que margeava o lado esquerdo de um rio com o mesmo nome. Rio onde fundeavam navios a vapor e que ligava a fazenda com o litoral. Essa última explicação é a mais coerente e caracteriza a cidade até hoje, já que o rio continua com Mesmo papel, já que o rio continua com o Mesmo papel, ligando agora uma cidade, e não mais apenas uma fazenda ao mar.

Os franceses que se estabeleceram na Ilha de São Luís a partir de 1612 realizaram as primeiras incursões na região, enviando missões de reconhecimento e mapeamento com o intuito de assegurarem o controle territorial, e garantirem a convivência com os grupos nativos que habitavam a região na ocasião desses primeiros contatos.   Conforme os primeiros relatos etnográficos, produzidos a partir dos registros dos capuchinhos Claude d’Abbeville e Yves d’Evreux, existiam uma grande quantidade de aldeamentos Tupinambá por todo o litoral ocidental do Maranhão. Calcula-se que a população tupinambá que encontrava-se estabelecida em São Luís,  Tapuitapera, Cumã e Caeté chegasse a cerca de 3500 mil pessoas (Fernandes, 1989, Leite F°,2000 in Leite F° CPHNA-MA 2007).

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Com a expulsão dos franceses e o estabelecimento efetivo do controle da corroa portuguesa na região, estruturou-se a fortaleza de São Felipe e providenciou-se o domínio em direção ao Amazonas.  Os primeiros anos de colonização das Terras de Tapuitapera foram marcados pelo desenvolvimento de guerras de captura de mão de obra escrava ou de punição e aniquilamento dessas populações.

A partir de 1619 Bento Maciel Parente desenvolveu uma série de expedições militares contra essa populações na capitania de Cumã, travando sangrentas batalhas contra a tribo do principal Tupinambá Cabelo de Velha, cuja população foi dispersa e aniquilada. Após a destruição desses grupos seguiu-se a construção da estrada real ligando por via terrestre as cidades de São Luís e Belém (1661), e iniciou-se o lento processo de ocupação de território, que perdurou por todo o séc. XVIII, sendo que a partir de Alcântara e Guimarães estabeleceram os primeiros colonos nessa região, desenvolvendo a pecuária extensiva, agricultura e a instalação dos primeiros engenhos de tração animal.

No final do séc. XIX a vila de Cururupu apresentava 7 casas de sobrado, 64 casas térreas, cobertas de telhas e 170 de palha. Possuía 20 casas de negócios, uma botica e alfaiates, sapateiros, curureiros, seleiros, tamanqueiros, ferreiros, serralheiros e barbeiros. Existia na vila 1 igreja matriz, 1 capela, 1 cemitério pertencente a irmandade do Sagrado Sacramento, 2 poços públicos, 2 escolas, correio e coletoria (Amaral, 1897in Leite F°CPHNA-MA 2007).

No inicio do século XXI O município de Cururupu conta com uma população de 39 mil habitantes vivendo na sede, nas comunidades e sítios. O município apresenta atualmente um território de 672,3 Km ², com uma população residente de 39.712 habitantes, dos quais cerca de 6.000 são moradores das ilhas.

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No inicio do século XXI O município de Cururupu conta com uma população de 39 mil habitantes vivendo na sede, nas comunidades e sítios. O município apresenta atualmente um território de 672,3 Km ², com uma população residente de 39.712 habitantes, dos quais cerca de 6.000 são moradores das ilhas.

A sede do município apresenta características de cidade histórica contendo um patrimônio arquitetônico avaliado como do tipo colonial. A zona rural é composta por comunidades tradicionais quilombolas e na região continental estão os pescadores artesanais. REDAÇÃO ICURURUPU. 

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