Irã pede informações ao Itamaraty sobre navios parados em Paranaguá (PR)

BRASÍLIA — O embaixador do Irã no Brasil, Seyed Ali Saghaeyan , foi ao Itamaraty , nesta terça-feira, para saber que providências estão sendo tomadas pelo governo brasileiro que ajudem a resolver o impasse envolvendo dois navios iranianos que estão atracados desde o início de junho no porto de Paranaguá (PR).

A Petrobras se recusa a abastecer as embarcações, uma delas já carregada de milho, sob a alegação de que poderia sofrer sanções dos Estados Unidos. Os navios trouxeram ureia importada para o Brasil e o produto, que foi descarregado no mês passado, faz parte da lista de restrições impostas por Washington ao comércio com Teerã.

A questão foi discutida com o secretário de negociações bilaterais no Oriente Médio, Europa e África do Ministério das Relações Exteriores, Kenneth Félix Haczynski da Nóbrega. Uma fonte que acompanha o assunto revelou que o diplomata iraniano comentou que Teerã tem várias dúvidas a respeito de como o governo brasileiro está se movimentando para a resolver o problema — segundo ele, bastante incomum nas relações comerciais bilaterais. Seyed Ali Saghaeyan teria deixado o Itamaraty sem uma resposta concreta.

Os navios foram fretados pela empresa brasileira Eleva e deveriam voltar ao Irã com 100 mil toneladas de milho, depois de deixar no Brasil a ureia importada. Esse tipo de operação se chama “comércio compensado”, por não envolver pagamento iraniano. A Eleva argumenta que as embarcações entraram legalmente no Brasil e que comprou o produto de firmas que não estão na lista de entidades sancionadas pelos EUA.

A decisão final será tomada no Supremo Tribunal Federal, ao qual a Petrobras recorreu, depois que a Eleva obteve uma liminar na Justiça do Paraná obrigando a estatal a fornecer o combustível. Na última sexta-feira, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, deu um parecer favorável à Petrobras na disputa, dizendo que a Eleva teria alternativas para abastecer os navios.


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