Bolsonaro nomeia André Mendonça como novo ministro da Justiça

O advogado-geral da União, André Mendonça, de 47 anos, é o novo ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil. A nomeação de Mendonça foi publicada nesta 3ª feira (28.abr.2020) no DOU (Diário Oficial da União).

A decisão foi tomada depois de reunião do presidente Jair Bolsonaro com o então chefe da AGU e com o ministro Jorge Oliveira (Secretaria Geral da Presidência). O cargo ficou vago depois do pedido de demissão de Sergio Moro que, ao sair, acusou Bolsonaro de ações que podem configurar crimes de responsabilidade.

Bolsonaro trabalhou com uma lista de nomes, de dentro e fora do governo para substituir o ex-juiz da Lava Jato. Queria alguém de muita confiança. Mendonça que, inclusive, é 1 dos nomes preferidos por Bolsonaro para assumir a vaga de Celso de Mello no STF (Supremo Tribunal Federal), depois de sua aposentadoria, que se dará em novembro. Mendonça é considerado 1 nome “terrivelmente evangélico”, conforme perfil que o chefe do Executivo federal sinalizou que deseja para sua 1ª indicação à Suprema Corte.

O nome de Mendonça ganhou força para o Ministério de Justiça e Segurança Pública depois de o ministro Jorge Oliveira, antes o mais cotado para a vaga, apresentar óbices que poderiam ser levantados por causa de sua proximidade com a família Bolsonaro.

Para não causar mais atritos sobre eventual influência na pasta, Bolsonaro optou pelo agora ex-ministro da AGU. Os 2 se conheceram em 21 de novembro de 2018, no mesmo dia em que Bolsonaro o escolheu para comandar a Advocacia Geral da União.

O presidente da República chegou a estudar para o Ministério da Justiça juristas de grande relevância e notoriamente conservadores, como o ministro do TST Ives Gandra Martins. Também foi cogitado o desembargador do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) Thompson Flores, que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão no caso do triplex do Guarujá (SP), conduzido por Sergio Moro na 1ª Instância.

Na direção da PF (Polícia Federal), Bolsonaro ratificou o nome de Alexandre Ramagem, que até hoje comandava a Abin (Agência Brasileira de Inteligência). O presidente disse na 2ª feira (27.abr) que conheceu Ramagem “no 1º dia depois de ser eleito presidente”, quando houve reforço em sua segurança.

“Todos os candidatos têm direito a segurança da PF durante a campanha. De acordo com o risco que cada 1 corre, é o número de policiais. Eu corri o maior risco, tanto é que levei a facada. Eu tinha 1 efetivo grande da Polícia Federal comigo, uns 40, 50 por dia. Quando eu fui eleito, obviamente, houve uma maior preocupação em resguardar a minha vida. E, então, foram trocados alguns homens da PF. Um que chegou lá, de extrema confiança da Polícia Federal, foi o Ramagem”, afirmou o presidente.

Novo chefe da AGU: José Levi

José Levi Mello, de 43 anos, procurador-geral da Fazenda Nacional será o novo chefe da AGU. Levi é professor associado da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP, assim como o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre Moraes. Levi ocupou brevemente o cargo de ministro da Justiça em 2017, justamente quando Moraes foi indicado para o STF, no governo Michel Temer (MDB).


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