No dia em que se comemora o dia dos pais, conheçam o perfil do novo pai segundo levantamento

O almoço de domingo do Dia dos Pais já é uma tradição no Brasil – mas somos o único país do mundo a comemorar a data no segundo domingo de agosto. Claro, todos os países do mundo possuem uma dia para celebrar os pais, mas, assim como o dia das mães, essa comemoração não tem uma data fixa internacionalmente – e surgiu por diferentes razões ao redor do mundo.

Por aqui, essa comemoração só foi instituída no calendário a partir de 1953, por ideia do publicitário Sylvio Bhering. O então diretor do jornal O Globo, aproveitando uma população predominantemente católica, lançou a campanha para que fosse comemorado o dia dos pais em 16 de agosto, dia de São Joaquim – pai de Maria e avô de Jesus. Segundo o jornal, a data tinha o objetivo de “fortalecer os laços familiares e celebrar o chefe da família”.

A iniciativa pegou, e, nos anos seguintes, a data se estendeu para além do Rio de Janeiro (onde o jornal circulava principalmente), sendo celebrada por todo o Brasil. Acontece que, alguns anos depois, a comemoração ter uma data fixa acabou não sendo vantajoso nem para o comércio, nem para as famílias – que não poderiam fazer um mega almoço de comemoração em um dia útil qualquer, daí o surgimento do segundo domingo de agosto como data fixa para se comemorar o dia dos pais no Brasil.

O conceito de pai está mudando. Cada vez mais, quebram-se paradigmas e verdades que, outrora, estavam estabelecidas. Perto do Dia dos Pais, na busca pelo perfil de consumo na data e seus impactos econômicos, o Google Consumer Survey fez um levantamento on-line que analisa como os pais brasileiros se enxergam em propagandas relacionadas à data comemorativa. Os resultados mostram uma insatisfação com estereótipos há muito tempo consolidados.

Foram entrevistadas 500 pessoas com 18 anos ou mais, que responderam perguntas relacionadas à paternidade. A pesquisa mostra que somente 35% se identificam com a imagem de pai que aparece nas propagandas. Juntos, pais que não (38%) se identificam ou raramente (27%) somam 65%.

Os estereótipos que mais sofrem rejeição, de acordo com o levantamento, são: o pai perfeito (41%); aquele com papel secundário na criação dos filhos (32%); e o pai muito rígido ou autoritário (30%).

Os entrevistados também responderam como gostariam de ser retratados nas propagandas. 38% preferiria ver o pai participando dos cuidados diários dos filhos; 35% o pai dividindo igualmente a responsabilidade de criar os filhos; e 32% dividindo as responsabilidades de casa.

Efeitos

A psicóloga comportamental Letícia Rodrigues Santana explica que essa diferença é consequência de um movimento social que ganhou força, principalmente, a partir dos anos 90, com pessoas mais livres de estereótipos.

“A criança ganha muito com esse novo comportamento dos homens. Afinal, a maior participação do pai melhora a qualidade de afeto dentro de casa, a criança cresce em um ambiente colaborativo e, além disso, fortalece a autoestima dela”, explica Rodrigues.

Em casa

Neste ano, os brasileiros vão passar o Dia dos Pais em casa. Cerca de 85% das pessoas que responderam à pesquisa do Google Consumer Survey pretendem passar a data comemorativa sem sair, seja na casa dos pais, filhos ou avós. Dos entrevistados, somente 8% vão celebrar em restaurantes e outros lugares e 7% não costuma comemorar. Homens cujos pais participavam de forma mais equitativa em casa são 1,5 vezes mais propensos a fazer o mesmo.

Fontes: Google Consumer Survey (maio/2019), IBGE/PNAD 2015, Promundo Estudo Images (International Men & Gender Equality Survey).